sexta-feira, 12 de junho de 2009

Pontinha: Entra na esquadra de faca para matar

«Minutos depois de terem estado a namorar e a beber cerveja na pastelaria Dom Café, na Pontinha (concelho de Odivelas), Paulo e Susana (nomes fictícios) desentenderam-se em plena rua. Pouco depois, os ciúmes levaram o homem de 26 anos tentar matar a companheira com uma faca de cozinha na esquadra da PSP.

Pouco passava das 15h00 de anteontem quando o casal brasileiro decidiu entrar na pastelaria e beber uma cerveja. "Entraram, sentaram-se e estiveram aqui a namorar um bocadinho. De repente, ele saiu e ela ficou a ler uma revista. Mas a rapariga cansou-se e até me pediu o telemóvel e telefonou-lhe para ele a vir buscar", conta uma testemunha, que pediu para não ser identificada. O homem chegou pouco depois "com dois sacos de compras" e saíram juntos, aparentemente calmos. Ao que o CM apurou, o casal ter-se-á desentendido já no exterior da pastelaria devido a uma cena de ciúmes. "O Paulo viu a namorada e outro homem a falarem e desconfiou de que pudesse haver um caso entre eles", continua a testemunha.

Cego de ciúmes, o agressor deu dois murros ao suposto rival, que lhe deixaram as mãos ensanguentadas. De seguida, virou-se para a namorada e disse em voz alta que a matava.

Apavorada com a agressão a que assistiu e com medo de que o namorado cumprisse as ameaças, Susana, de 35 anos, correu até à esquadra da PSP, a mais de duzentos metros dali, para pedir auxílio e apresentar queixa. Mas Paulo não se conformou e perseguiu-a. Indiferente à presença policial, o homem irrompeu pela esquadra com uma faca de cozinha na mão, pronto a acabar com vida da namorada, com quem vive há um ano.


Só a acção dos vários agentes da PSP que estavam no local permitiu evitar a agressão. O homem foi imediatamente detido. Foi ontem ouvido em tribunal, mas não foi possível apurar qual a medida de coacção que lhe foi aplicada.

"AQUELE RAPAZ PERDEU MESMO A CABEÇA"
Tido na vizinhança como uma pessoa "séria e bastante afável", os vizinhos não sabem como interpretar o incidente de anteontem. Incrédulos, dizem que só algo de muito grave poderá ter levado à agressão. "Aquele rapaz perdeu mesmo a cabeça. Nunca fez mal a ninguém. Trabalhei vários meses com ele e garanto que nunca o vi com facas ou armas de fogo", conta ao CM um ex-colega de trabalho.

Quanto à vítima, a vizinhança não poupa elogios. "Ela não é muito vista por aqui, mas quando vem à pastelaria fala com as pessoas, é muito simpática", diz ainda. Ao que o CM apurou, nada fazia prever o ataque, até porque os dois estiveram a falar, a beber e a trocar carícias na pastelaria, não se preocupando com as pessoas que estavam em redor. Foi já na rua que começaram as agressões e ameaças.


AGENTES NÃO CONSEGUIRAM EVITAR ENTRADA
Antes de correr mais de duzentos metros atrás da namorada em direcção à esquadra da PSP, o agressor ainda entrou na pastelaria à procura da companheira, já com as mãos com sangue devido aos murros que deu no homem que julgou ser seu rival. Perguntou por Susana e andou à procura na cozinha, mas ao aperceber-se de que ela não estava correu até avistá-la a entrar na polícia. Sem se incomodar com os polícias, ainda apontou a faca à cara da namorada, mas foi impedido pelos agentes de consumar o crime. O homem justificou tal atitude com o facto de pensar que a companheira tinha um caso com outro homem.


ESTÁDIO DA LUZ
O agressor tem 26 anos e trabalha numa empresa de limpeza. Faz a maior parte do serviço no Estádio da Luz. Ela está desempregada.

REGRESSO AO BRASIL
Ao que o CM apurou junto de algumas testemunhas, a vítima terá dito que tenciona regressar ao Brasil.


ANTECEDENTES
Paulo já é conhecido das autoridades. No ano passado foi detido pela PSP também por agressão.»

in CM online, 12-6-2009

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